Na atual janela de transferências, clubes com dívidas milionárias continuam ativos no mercado, o que indignou o diretor de futebol do Flamengo, José Boto.
Em entrevista à ESPN, o dirigente português criticou a ausência de um sistema de fair play financeiro no Brasil e alfinetou clubes que, mesmo devendo ao Mengão, seguem investindo em contratações.
Falta de fair play no Brasil
— Não existe um fair play financeiro. Temos alguns clubes que nos devem dinheiro e não pagam.
Isso na Europa é impossível, pois fazíamos queixa na UEFA e havia transfer ban depois de três meses.
Tem que se pensar nisso no Brasil, afirmou José Boto.
Dívidas e investimentos questionáveis
Um exemplo citado foi o do Internacional, que, no ano passado, não pagou nada pela compra de Thiago Maia.
Além disso, o clube gaúcho já está vendendo o volante para o Santos, conseguindo lucrar mesmo estando em débito com o Flamengo.
Iniciativas de responsabilidade financeira
Em 2024, o então presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, e a mandatária do Palmeiras, Leila Pereira, formaram um grupo com o objetivo de implantar o fair play financeiro no país.
O principal alvo era o Botafogo, que investiu mais do que arrecadou no ano anterior para conquistar a Libertadores e o Brasileirão.
Outra instituição na mira das discussões sobre responsabilidade financeira é o Corinthians.
Conhecido por ter uma das maiores dívidas do Brasil, mas que, ao mesmo tempo, gasta mais de R$3 milhões mensais para pagar o salário do holandês Memphis Depay.
Fair play financeiro, o que é?
Fair play financeiro é um conjunto de regras destinado a controlar as finanças dos clubes de futebol.
Com o objetivo de evitar que gastem mais do que arrecadam e, assim, prevenir problemas financeiros e dívidas.
O Flamengo, que já adota uma política de investimentos responsável há alguns anos, apoia esse modelo e espera que ele seja implantado em todo o cenário do futebol brasileiro.